Tão estranhamente, começo a rabiscar esta folha de caderno velho, pensando em algo que nunca me imaginaria escrever. Falar sobre ela nunca foi meu ponto forte, descrever a importância dela, menos ainda. Ela quem? Alguém muito importante, alguém que talvez nunca lerá este texto, ou fingirá que não leu. Alguém que me vê, e não me reconhece. Mesmo eu não tendo mudado em nada, mesmo eu sendo a mesma de sempre. Disse que é estranho falar sobre ela, e mais estranho ainda é a agonia que a saudade me dá.
Em mim explodem milhões de sentimentos, apenas um que não levo na bagagem. A mágoa. Mesmo depois das promessas não cumpridas, ou do pacto de sangue que foi quebrado. Mesmo com ambas com seus erros imperdoáveis, a saudade ainda vem pra cutucar.
Apesar de tudo, esperança é o que não falta. Ela vai passar de novo em minha vida, até porque, muitas vezes ela foi e voltou assim como eu nas inúmeras vezes que virei a cara. Dessa vez ela volta? Não sei... mas tudo bem se ela não voltar, já fui feliz o suficiente, por muito tempo, desde as brincadeiras de crianças até as negligências da adolescência e toda a intimidade de quase uma vida inteira. Pois é, ela me fez feliz o suficiente para sentir saudade e escrever tão sem jeito e estranhamente sobre ela. Ela quem? Alguém que acha que saiu da minha vida, mas as lembranças insistiram em ficar.
